Eu sei que pareço diferente, mas sou só 1caracomum
Do tipo que se visto pela rua, sou na multidão apenas mais um
Mas nem sempre foi assim, pelo menos não na minha cabeça
E, nascido totalmente música, vivi tempos numa desgraçada soberba
De achar que o mundo, todo mundo, deveria ouvir minha voz
Hoje sinto que carrego no peito um cadáver, e na garganta uma sepultura
Minha voz é agora somente murmúrios, assombrações de um sonho esquecido
E minhas mãos tangem cordas de desencanto e abandono
Ai, quanto querer, já coube em meu coração! Ai, me fez sofrer, mas já me matou e arrancou a pele!
Desejei muito djavanear por aí
Ou falar de como a vida é "russa" , como certo Renato
Ou, quem sabe, sambar com o gosto de um Bôsco
Ou cantar alguma beleza como os azuis olhos de Chico
Mas, aqui jaz somente mais um homem, só mais 1caracomum, sem voz, sem chão, sem céu, como qualquer um
Aqui jaz um sonho!
Aqui jaz um passado de olhos brilhantes e um futuro de andar cabisbaixo
Aqui jaz um sonhador
E, que perdoe o senhor da boa Ventura, meu querido Flávio, sim, sonhos envelhecem