Lá se vai setembro, e com ele também vai
A hipocrisia de gente que finge que se importa com a dor do outro
Pra ficar bem na foto e no storie
Vai, vai Setembro vai embora logo
E leva contigo essa falsa expectativa
De consciência e de suporte
Pois, nos outros onze meses
Deprimido é o filho do vizinho
O daqui de casa só precisa de um tanque de roupa suja
Pra deixar de reclamar da vida
Vai, Setembro, e nunca mais volte
Pra atormentar quem, nos outros meses
Se sacrifica, se esforça, se duplica
Na tentativa de ser alguém inteiro no fim de cada dia
Esperar um mês só pra si é um luxo que não se tem
Então, quem sabe, chegue o dia, em que todo mundo saberá
Que cuidar do outro é todo dia