Espalhados nós fomos, nós somos
Como semente sobre toda a face do globo
Dispersos, distantes, tão distantes nós estamos
Do solo ancestral que nos gerou
E, hoje, a velha Mãe, chora, geme a falta que faz seus filhos
Hoje ela chora a rejeição destes mesmos filhos
Estes mesmos filhos que ao olharem seus corpos
Seus olhos, seus cabelos com matizes tão coloridas supõem
Que sua origem é outa que não a real (Ubuntu, Ubuntu, Ubuntu)
E a origem real de todo mundo é aquele esquecido pedaço de chão
Faminto, sofrido (Ubuntu, Ubuntu, Ubuntu)
Pouco importa, tanto faz, se você prefere dar de ombros, fechar os olhos
Viras as costas pra não olhar pra trás
Sim, eu sei, é difícil aceitar que em meio às cores que dividem a que nos une é o preto
Antes, eu espero, que ainda seja tempo
E que uma reviravolta seja nossa salvação
E talvez ao olhar pro passado, vejamos com clareza o futuro
E o futuro é de que sejamos um, como éramos no solo maternal, original!
E, talvez assim, eu veja a possibilidade de aceitarmos uns aos outros
Após entendermos que a mesma origem é a de todos
O mesmo Útero Negro
E sua negação nada poderá fazer
E não há religião, discurso ou ideologia
Pra onde você possa fugir, ou se esconder
Pois, por onde você for, levará contigo o sangue preto
De nossa Mãe África!
Ajuntados nós somos quando entendemos
Que compomos a mesma árvore ancestral
Que somos irmãos do mesmo chão
E que sob essas diferentes cores também somos irmão de uma mesma negra cor
Ubuntu!
Ubuntu!
Ubuntu!